Pesquisadores de MS criam sensor de raios com leiteira de alumínio

Postado por: Rodrigo Fioravante

Professor Moacir Lacerda possui graduação em Física pela Universidade Federal de Pernambuco (1988), mestrado em Física pela Universidade de São Paulo (1993) e doutorado em Geofísica Espacial pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (1998) e Pós doutorado na Universidade da Flórida e Pós Doutorado pela Universidade de São Paulo (IAG-USP). Desde 2002 é professor na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, atualmente no Instituto de Física (INFI). Tem experiência na área de Física, com ênfase em Física de Atmosfera e Descargas Elétricas Atmosféricas. Atualmente atua no desenvolvimento de sensores de campo elétrico e na solução do problema inverso da lei de Coulomb para determinar a estrutura de cargas no interior das nuvens de tempestade.

 

 

Pesquisadores de Mato Grosso do Sul descobriram que uma leiteira de alumínio pode ter uma utilidade enorme. E não é na cozinha.

No Brasil, mais de 100 pessoas morrem por ano vítimas de raios, a maioria jovens que estavam em atividades rurais ou dentro de casa.

No laboratório de Ciências Atmosféricas da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, usando componentes eletrônicos disponíveis no mercado e uma leiteira de alumínio eles desenvolveram um sensor de raios que capta o campo elétrico e emite uma previsão de quando vai cair um raio.

Os alunos montam as placas, têm um GPS e o disco com os sensores. Daí é só tirar o cabo da leiteira e encaixar o sistema.

“Tem um microcomputador dentro, que faz todo esse processamento. Ele pega o sinal gerado, amplifica, passa para um gráfico que é processado e jogado no computador”, explica o tecnólogo Waldeir Dias,

Os gráficos indicam o campo elétrico se formando na nuvem.

“Cada queda dessa é um raio, e entre a gente dar o alerta e cair o primeiro raio, tem uma distância de dez a 15 minutos”, explica o geofísico espacial, Moacir Lacerda.

Os alertas são publicados na internet.

“Dá tempo de desligar os equipamentos eletrônicos, de parar com as atividades fora em local aberto, parar de trabalhar em situação de risco com uma máquina ligada na tomada por exemplo”, diz o geofísico.

Em Campo Grande são cinco rastreadores de raios espalhados pela cidade. Tem até na escola.

“ A gente vai poder analisar a atividade elétrica e poder emitir alertas se vai ter chuvas com raio, se não”, diz um professor.

Os alunos têm um blog e uma página na rede social e também emitem alertas.

“Eu tinha muito costume de andar descalço e gostava de ver raios então eu ficava sempre embaixo de uma arvore vendo raios caírem ou ficava a céu aberto para ver os raios caírem.  Isso é bonito, mas é muito perigoso”, conta a estudante Noemi Barbosa, de 16 anos.

 

Fonte G1